Qual é o norte? Manter-se protagonista e aprendiz!

26/08/2022

Por Luciana Gazzoni, consultora, interculturalista e especialista em gestão de pessoas e liderança

Você já teve a sensação de estar sendo inundado de conselhos, informações e incertezas deste mundo líquido? Diante de tantas mudanças e desafios que o mundo vem passando e da complexidade das relações humanas precisamos ter foco no que realmente pode fazer diferença para os papéis que vivemos na vida e nos relacionamentos interpessoais.

 Acredito que a forma como nos posicionamos na vida impacta diretamente nossa comunicação e relacionamentos interpessoais e consequentemente os resultados que teremos.

Algumas pessoas escolhem ser vítimas e ficam encurraladas em relacionamentos e contextos sem ver qual é a sua responsabilidade diante do contexto que vive. Essas pessoas acreditam que estão sempre em desvantagem e sentem frequentemente uma sensação de inadequação. Frequentemente culpam quem está em volta pelo fracasso que se encontram. Reagem de forma submissa ou até rebelde mas ainda assim permanecem prisioneiros da situação.

Outras pessoas escolhem reagir colocando-se em posição de arrogância. Querem mostrar a todo momento que elas são mais competentes, capazes ou superiores de alguma forma. Frequentemente entram em circuito persecutório para reforçar a crença de superioridade que possuem sobre si mesmas.

Nenhum desses comportamentos produz relacionamentos saudáveis nem contribuem para edificar contextos e equipes. O caminho para funcionar bem e convidar outros para funcionar bem passa por assumir a responsabilidade sobre o seu comportamento, ações e posicionar-se como protagonista ou aprendiz! Isso significa que para tudo que me acontece eu posso analisar os fatores externos mas também analisarei qual foi a minha contribuição ao que me ocorre no presente. Analiso como posso contribuir para levar soluções aos problemas que enfrento ou como posso aprender com as situações desafiadoras que me cercam.

Pessoas protagonistas e aprendizes demonstram os comportamentos abaixo :

• Assumem a responsabilidade por suas vidas e escolhas;

• Escolhem com quem eles querem estar;

• Decidem o que irão buscar na vida e como irão atrás;

• Criam um ambiente poderoso, mostrando respeito à todos;

• Estabelecem o padrão de como esperam ser tratados pela maneira como tratam os outros;

• Recusam-se a ser vítimas de outros;

• Responsabilizam-se pelas próprias decisões;

• Estabelecem limites e sentem que pode dizer sim e não;

• Honram seus colegas, superiores e suas organizações; entre outros

Geração de Frutos

A construção de relacionamentos saudáveis e duradouros produz muitos frutos na vida de uma pessoa. Mas o que muita gente não se dá conta é que isso é um aprendizado que leva anos, talvez a vida toda, para se aprender. Uma pesquisadora de comportamento humano chamada Suzane Temple na Inglaterra chamou esses comportamentos funcionais e disfuncionais de relacionamento de Fluência Funcional. Ela quis intencionalmente remeter a uma língua que precisamos aprender a ter fluência! Outro pesquisador mais conhecido chamado Marshal Rosemberg, escritor do livro Comunicação não Violenta fala sobre a construção intencional de uma comunicação empática e que gera conexão entre as pessoas. E o que tudo isso significa? Que devemos aprender a responder em vez de reagir. Responder não vem naturalmente, exige fluência e novos circuitos cerebrais. E você não pode controlar outras pessoas e como elas estão escolhendo reagir. A única pessoa que você pode controlar (em um bom dia) é você mesmo. O assassino de relacionamento é uma mensagem que invalida ou desqualifica os pensamentos, sentimentos ou necessidades de uma pessoa de alguma forma. E quando você se compromete a se tornar o melhor comunicador que poderia ser, você se compromete com a conexão e em ser uma pessoa verdadeiramente poderosa, protagonista e aprendiz em sua vida. O seu relacionamento não apenas mudará para melhor, mas seu relacionamento com os outros será transformado.

Dicas para uma comunicação saudável:

1. Nosso primeiro objetivo em uma conversa é entender um ao outro. Meus pensamentos, sentimentos e necessidades são valiosos e importantes, e também são os seus.
2. Não participei de conversas desrespeitosas. Quando meus pensamentos, sentimentos e necessidades são desvalorizados em uma conversa, vou parar a conversa e estabelecer um limite claro. Até que o respeito seja restaurado, não participarei.
3. Precisamos comunicar nossos verdadeiros sentimentos e necessidades para estabelecer confiança e intimidade.
4. É meu trabalho dizer o que está acontecendo dentro de mim e seu trabalho para me dizer o que está acontecendo dentro de você. Não temos poderes de telepatia ou o direito de assumir que conhecemos os motivos, pensamentos, sentimentos ou necessidades uns dos outros.
5. Quando você comunica suas necessidades para mim, é meu trabalho ouvir bem para que eu possa entender o que você precisa, como minha vida está afetando você e o que posso fazer para atender às suas necessidades.
6. Estou comprometido em proteger e nutrir nossa conexão. Farei o que preciso fazer para seguir em sua direção, não importa o quê.
7. É meu trabalho gerenciar meu coração para que eu possa responder a você em amor e expulsar o medo em nosso relacionamento.

Lembrou de alguém que precisa desse conteúdo? Então compartilha esse artigo com seus colegas e familiares. O primeiro passo para sairmos de situações tóxicas é tomarmos consciência do que poderia ser um relacionamento saudável!