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Você sente-se exausto no trabalho? Pode ser a Síndrome de Burnout

Você sente-se exausto no trabalho? Pode ser a Síndrome de Burnout

22/09/2019

Por Luciana Gazzoni, consultora, interculturalista e especialista em gestão de pessoas e liderança

Doenças mentais sempre atraíram a minha atenção. Durante minha infância, vi minha mãe batalhando contra a depressão. Na adolescência, perdi um primo muito querido para o suicídio. Então me interesso em estudar o que leva as pessoas a adoecerem em sua mente. E, principalmente, como podemos preventivamente cuidar da nossa, para que ela se mantenha saudável e protegida.

A corre-corre do dia a dia, o avanço da tecnologia que nos mantém ligados a todo tempo, a necessidade de entregar mais em menos tempo, tudo colabora para adoecermos mentalmente, se não tivermos consciência disso. E são muitas as pessoas que estão exaustas, principalmente com as obrigações do trabalho. Este problema é chamado de Síndrome de Burnout. É uma resposta do nosso corpo quando passamos do limite. Um estado mental de exaustão. Estima-se que o problema atinja 32% dos trabalhadores brasileiros.

Alguns sintomas desse esgotamento podem ser o isolamento, sentir-se fadigado e sem energia, com a sensação constante de não ser capaz, dificuldade para dormir, não conseguir concentrar-se ou manter o foco, mudança drástica no padrão alimentar, perda da libido entre outros.

Mas, o esgotamento não acontece repentinamente. Ele é cumulativo. Nosso corpo dá sinais e podemos perceber antes que seja tarde, antes que nossa mente pare de funcionar apropriadamente.

Quem tem mais propensão?

Pessoas altamente perfeccionistas, que sentem que podem fazer tudo, que têm dificuldades em dizer não, podem estar mais suscetíveis à doença. 

Pessoas tão apaixonadas pelo que fazem, que exageram nas horas de trabalho, também estão propensas à síndrome. Por exemplo, eu percebo que tenho que prestar atenção em mim, pois tenho que intencionalmente regular a intensidade das horas de trabalho. Estar consciente das escolhas é um exercício diário e semanal. Estou aprendendo a dizer não para coisas legais, que me interessam também, simplesmente por não ser possível fazer tudo.

Registro dos sintomas

O primeiro passo é tornar-se consciente do seu corpo e dos indícios. Faça um registro dos seguintes sinais:

  1. Observe quantos dias da semana você tem se sentido muito cansado ou exausto desde a hora que acorda;
  2. Descreva e quantifique com que frequência você tem perdido o sono. Nos estágios iniciais você pode ter insônia 2 vezes na semana. Nos estágios mais avançados isso pode aumentar significativamente;
  3. Perceba se está esquecendo muitas coisas. Com que frequência? Anote! Perceba a sua concentração e capacidade de manter o foco. Observe se há um sinal de mudança drástica nesses aspectos;
  4. Registre com que frequência você tem tido enxaquecas;
  5. Com que regularidade você tem ficado doente? Observe a sua imunidade.
  6. Se o seu padrão alimentar mudou, pode ser um sinal.

O que fazer para prevenir?

É preciso dar uma pausa, descansar com qualidade. Reserve tempo sem eletrônicos ou qualquer outra interrupção. Apenas relaxe e usufrua da companhia de pessoas que ama. Mesmo ao longo do dia, essas pausas podem ser benéficas.

Você também precisa investir em uma alimentação equilibrada e saudável. Há, inclusive, alimentos que contribuem para a sua saúde mental. Profissionais de nutrição funcional podem lhe auxiliar. Cuide do seu sono, dormir a quantidade adequada de horas é fundamental. E é claro, pratique exercícios físicos!

Mas se eu puder te dar uma única dica, aqui vai: fique atento à cultura de sempre ter que fazer algo. Proteja a sua mente e a sua saúde como uma escolha consciente. E estabeleça limites neste mundo sem limites.

 

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