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Ora Pavão, Ora Espanador

Ora Pavão, Ora Espanador

15/03/2019

Por Luciana Gazzoni, consultora, interculturalista e especialista em gestão de pessoas e liderança

 

Trabalho há 20 anos com gestão de pessoas. Ao longo desta caminhada já vi muitas mudanças organizacionais. Já vi profissionais entrarem na organização com alto status e expectativa e, anos depois, perderem totalmente o prestígio. Essas pessoas deixaram de ser competentes? Nem sempre. Às vezes a necessidade da organização mudou; às vezes, a organização explorou toda a sua saúde e agora o profissional não está mais tão eficaz. Ninguém diz, mas isso acontece com frequência.

Recentemente conversei com um profissional que foi diretor em uma organização. Anos de dedicação ao trabalho, que consumia todas as suas horas acordado, com metas superadas e alta performance.  Esse profissional sofreu um AVC em uma de suas viagens a trabalho. Após a sua longa e árdua recuperação, infelizmente o seu cargo já estava ocupado por outro. A organização agradeceu o tempo de serviço e desejou sucesso. E vida que segue, não é?

Em outra organização conversei com um rapaz jovem que me contou de sua profunda admiração por um diretor que trabalha 14 horas por dia, é altamente competente e muito respeitado na organização. Até aí tudo bem. O que me impactou é que esse profissional dorme apenas 4 horas por noite e o jovem profissional o estava imitando. Disse que para dar conta de tudo que precisa estudar e trabalhar, não pode perder tempo dormindo.

Esses são alguns exemplos de profissionais, entre tantos que conheci, com atitudes cheias de boas intenções e comprometimento - mas com posturas insustentáveis no longo prazo. Alguns conselhos de quem já viu de tudo trabalhando com RH:

  1. Lembre-se sempre que todo mundo tem dias de glória, em que você está com tudo na organização. Prestígio, status, resultados. Mas às vezes tudo muda e você passa a ser espanador. Parece não ser mais competente ou não serve mais para a organização. Ora pavão, ora espanador. Portanto, quando estiver na fase do “pavão”, mantenha respeito e dignidade para quem está na fase “espanador”. O mundo dá muitas voltas e numa dessas o espanador de hoje pode ser seu chefe amanhã.
  2. Mantenha uma postura sustentável. Quem tem que dar limite para a organização é você! O tempo que você tem nunca é suficiente para todo o trabalho disponível. Portanto, mantenha o compromisso com a sua vida e a sua saúde.
  3. Não se engane: quem se mantém ao nosso lado no momento de doença é a nossa família. Às vezes, quando estamos em tempos de “pavão”, esquecemos deles ou não os priorizamos e isso é uma cilada. Investir nos relacionamentos e na sua família é um investimento com retorno garantido no futuro.
  4. Foque na sua saúde mental. Para isso, alguns elementos devem ser um alimento constante: tempo de descanso, tempo para divertir-se, exercício físico, tempo de qualidade com pessoas relevantes na sua vida, tempo de reflexão sobre pensamentos e sentimentos. Nenhuma novidade até aqui. Talvez a novidade seja colocar isso em ação.
  5. Mantenha amigos fora do ambiente de trabalho. Se você perder seu emprego não pode perder também toda a sua vida social. Além disso, amigos de outros contextos te ajudam a manter a sanidade mental em momentos difíceis, já que não estão intoxicados pelo mesmo ambiente que eventualmente você está.

 

Seus comportamentos e atitudes geram consequências e um preço a se pagar. A escolha é sua diariamente.

 

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